Resumo

Os recifes de corais vêm sofrendo com diversas perturbações, a exemplo de branqueamento e do aparecimento de síndromes e doenças em vários invertebrados, as quais estão relacionadas às diversas ações naturais e antrópicas adversas. Há cada vez mais evidências de que os microrganismos associados aos cnidários são cruciais para resistência a patógenos. O zoantídeo Palythoa caribbaeorum tem ampla distribuição no oceano Atlântico e domina grandes extensões de áreas submersas com pouca exposição e alta luminosidade, como também em zonas de entre marés rasas e na região sublitoral. Nos últimos anos observa-se aparecimento de uma doença necrosante altamente agressiva do zoantídeo P. caribbaeorum nos recifes costeiros do nordeste do Brasil. Neste trabalho objetivou-se quantificar as bactérias heterotróficas aeróbias e as bactérias do gênero Vibrio para comparar suas densidades em tecido obtido de colônias sadias e necrosadas em fase inicial e avançada de P. caribbaeorum dos recifes de Carapibus – PB. Foram realizadas as contagens de bactérias utilizando a técnica de diluições decimais do tecido das colônias de P. caribbaeorum coletadas em março, junho e outubro de 2013, seguida pelo plaqueamento das alíquotas do tecido diluído nos meios: agar marinho (bactérias heterotróficas aeróbias) e agar TCBS (bactérias do gênero Vibrio). Nas amostras de P. caribbaeorum observou-se variações nas densidades de bactérias entre as condições de saúde analisadas e entre os meses estudados. Densidade de bactérias heterotróficas aeróbias nas colônias sadias de Palythoa variou entre 3,67x10³ e 3,13x10⁴ UFC/cm³. Colônias necrosadas coletadas em março e junho de 2013 apresentaram as contagens de bactérias no agar marinho na faixa de 0,75x10³ - 2,8x10³ UFC/cm³, enquanto as coletadas em outubro exibiram valores mais altos: 2,78x10⁴ – 2,13x10⁵ UFC/cm³. As contagens de bactérias pertencentes ao gênero Vibrio nas colônias de Palythoa variaram de 1,25x10² a 5,66x10⁵ UFC/cm³ dependendo das condições de saúde e período de análise.